CRAS Inoã promoveu debate sobre violência contra a mulher no Minha Casa Minha Vida

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O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Inoã promoveu, nesta quinta-feira (09/07), no conjunto residencial Carlos Alberto Soares de Freitas, um debate sobre violência contra mulher para os adolescentes que residem no condomínio, que fica no final da Rua Leonardo José Antunes. A ação faz parte da campanha “Junho Rosa” organizada pelo síndico do setor C, Eldon Reis. “Diante dos fatos evidenciados pela mídia essas semanas, sobre as violências físicas e psicológicas contra as mulheres, iniciei esta campanha distribuindo fitinhas rosa e conscientizando os moradores para dar um fim às covardias que as mulheres são submetidas”, explicou Eldon. “Agradeço a equipe do CRAS Inoã por ter aceitado nosso convite e por estar sempre nos ajudando no que é preciso”, complementou.

O debate começou com uma dinâmica, onde todos pegavam um pedaço de papel com frases típicas como “Pilota fogão”; “Dirige carro”; “Educa os filhos”; “Não pode chorar”, entre outras e tinham que prender em um dos bonequinhos (um feminino e outro masculino) colados no mural. A partir desta brincadeira foi aberta uma roda de conversa com os adolescentes, conciliado pela secretária adjunta de Assistência Social, Laura Costa, pelas assistentes sociais Cíntia Siqueira e Isabel Cristina Martins e pela psicóloga Natalia Marçal. “Nós somos criados em uma cultura onde nos impõe que os homens são mais fortes e superiores às mulheres. É importante que se desconstrua esta realidade machista desde a criação dos nossos filhos. Vocês adolescentes devem ter a consciência de que é necessário lutar contra esse sistema patriarcal e dar direitos (civis, políticos e sociais) igualitários a ambos os gêneros”, destacou Natalia.

Ainda no debate, Laura Costa, secretária adjunta de Assistência Social, destacou o caso da menina de 16 anos que foi violentada por mais de 30 homens. “É abominável em pleno século 21 a sociedade culpabilizar a vítima. O corpo é da mulher e ela tem o direito de dormir com a quantidade de homens que ela quiser. E no momento que ela falar não, o indivíduo tem que respeitar esta decisão”, declarou Laura. “O fato dessa menina violentada, como tantas outras, é que além de tudo é menor de idade e sendo assim já se confirma o estupro. Nunca esqueçam que vocês adolescentes não podem ser tocados por nenhum adulto, não devem ficar trocando “nudes”, sentar no colo de ninguém, mesmo que seja alguém da família. Caso vocês conheçam alguém que tenha passado ou esteja passando por estas situações ou até a penetração forçada, isto é crime e deve ser denunciado para o Disque 100 ou para a polícia (190),” acrescentou.

Cíntia Siqueira prosseguiu com a conversa aconselhando sobre a importância do uso dos preservativos devido as mais diversas doenças sexualmente transmissíveis. “Nós não conhecemos nossos parceiros, mesmo que se conviva com ele por muito tempo. Nunca podemos ter 100% de certeza que ele não foi para a cama com outra pessoa. Então é necessário se proteger sempre”, afirmou.

O jovem P., de 16 anos, contou que foi a primeira vez que ouviu e falou tão abertamente sobre esse assunto. “Achei muito interessante o que ouvi hoje. Acabei percebendo que muitas coisas que falo e faço são erradas. Vou agir diferente agora no meu dia a dia”, disse. Para a estudante M., de 14 anos, o debate serviu para ajuda-la a confrontar o machismo que ela e suas amigas enfrentam. “Achei bem legal tomar conhecimento dos nossos direitos, pois somos violentadas diariamente em todos os lugares. Agora levarei estas informações para minhas amigas”, finalizou.