Campeão mundial de surfe elogia projeto de recife artificial

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Anunciado há dois anos, o projeto do primeiro recife artificial móvel do país, iniciativa pioneira da Prefeitura de Maricá (RJ), saiu do papel. Completados os estudos técnicos prévios, que incluíram inclusive a montagem de um modelo em escala reduzida dentro dos laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), a Prefeitura publicou, no último dia 11/05, o edital de licitação para a execução, construção e instalação da plataforma metálica de aço naval com 84 metros de comprimento, 64 metros de largura, 2,5 metros de altura e 4,6 graus de angulação na área de ataque da ondulação. O custo do projeto deverá constar das propostas que os estaleiros vão entregar, com a abertura dos envelopes prevista para o próximo dia 16/06.

Participando no Rio de uma etapa do World Surf League (WSL), o campeão mundial Adriano de Souza, o Mineirinho, elogiou o projeto lançado pela Prefeitura. “Muito legal a iniciativa, só tem a acrescentar no surfe brasileiro”, avalia o campeão. “Vai ser instalada em um lugar com muita tradição no mundo do surfe, o litoral do estado do Rio, onde tudo começou”, acrescentou. “Mais uma vez está inovando e com certeza tem grande potencial para trazer grandes eventos, como a primeira divisão do surfe mundial e até a segunda divisão, que também precisa desses eventos. Quero parabenizar as pessoas envolvidas com o projeto”, completou Mineirinho. O prefeito Washington Quaquá é um entusiasta da instalação da plataforma desde a primeira apresentação, há dois anos. “Porque não virar um point mundial de surfe? Ousadia e inovação são as nossas marcas”, comentou o prefeito.

A plataforma será instalada a 60 metros da praia, em frente à Rua 5, em Barra de Maricá, considerado o ponto onde a energia das ondas, que chegam de Sudoeste, Sul e Sudeste. Segundo engenheiro da empresa Arrecifes artificiais Multifuncionais (ArAM), Maurício Carvalho de Andrade, a região é a que apresenta a melhor posição para a geração de ondas com padrão de Pipeline, no Havaí, considerado o melhor tubo do mundo. A modelagem matemática é resultado de dez anos de pesquisas feitas pelo engenheiro oceânico Luiz Guilherme de Aguiar. Deve gerar uma extensão aproximada de 100 metros para cada lado da plataforma e poderá ser utilizada o ano todo, o que é considerada uma vantagem até em relação ao local que inspirou o projeto – a praia em Oahu, tem ondas boas em média três meses por ano. Além da competição, a instalação trará ganhos ambientais: o projeto prevê um inédito detalhado monitoramento de todo o cordão litorâneo.