Sarem comemora Dia Mundial de Conscientização do Autismo

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O Serviço de Atendimento de Reabilitação Especial de Maricá (Sarem), vinculado à Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social, comemorou nesta semana, no auditório do Colégio Cenecista, no Centro, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (celebrado no último dia 02/04). O evento, que teve como objetivo conscientizar e informar as pessoas sobre o que é o autismo, contou com a participação da secretária da pasta, Laura Costa, de profissionais da rede socioassistencial do município e dos familiares das crianças e adolescentes atendidos no SAREM.

Os presentes puderam presenciar três importantes palestras com debates e trocas de experiências ao final de cada apresentação. A primeira palestra foi sobre a nutrição para pessoas com autismo com a nutricionista da Clínica-Escola, em Itaboraí. Aurea Astulla orientou as famílias e os profissionais sobre a importância dos alimentos naturais (orgânicos) no consumo diário para os autistas, pois eles têm a flora bacteriana intestinal desequilibrada, além das deficiências das vitaminas no corpo. “Faço questão de ensinar a preparar os alimentos saudáveis a todas as famílias que atendo. É extremamente importante manter uma dieta especial e cortar doces, glúten, temperos industrializados e açúcar em excesso (mesmo que seja o orgânico), entre outros produtos contra-indicados", afirmou. "Estes alimentos podem afetar o comportamento dos autistas, contribuindo para explosões de raiva” completou Aurea. “Nunca esqueçam do reforço positivo, nunca diga na frente do seu filho que ele não gosta de comer isto ou que ele não comerá tal alimento. Acostume-o a experimentar tudo, mas não o obrigue”, finalizou.

A segunda palestra foi ministrada pela psicóloga de desenvolvimento infantil especialista em autismo, Maria Luiza Cruz. A apresentação intitulada “Meu filho, Minha vida: O que mudou no meu mundo” alertou os pais quanto à importância de sair da perspectiva de que seu filho não tem nada e buscar um diagnóstico que os oriente para as ações que visem o melhor desenvolvimento dos seus filhos. “É claro que é difícil e triste saber que seu filho terá alguns cuidados especiais durante toda a vida. Mas negar isso é prejudicial à saúde de quem você tanto ama", analisou. "A família precisa recorrer a profissionais para saber lidar com esta nova situação e sempre ver os aspectos positivos. O amor transforma tudo”, completou Maria Luiza. A última palestra foi da pedagoga e psicopedagoga Valéria Lopes Pinhão, que iniciou as apresentações com brincadeiras de estímulos, autoconhecimento e conhecimento do outro com os convidados. Com estas dinâmicas, Valéria mostrou, com humor, que ninguém é igual a ninguém e que ao mesmo tempo somos todos especiais. “É preciso ter respeito no ambiente familiar, de trabalho, escola, enfim no convívio social para gerar bem estar. Não digo só para os autistas, mas todos nós precisamos de alegria, amor, água, alimentação saudável e muitos outros derivados positivos”, descreveu.

Segundo a secretária adjunta de Assistência Social, Laura Costa, este evento foi inesquecível e importante para dar visibilidade à luta pela inclusão social do autista. “Quero parabenizar a equipe do Sarem. Esta comemoração foi só um pouquinho do empenho com que esses profissionais realizam seu trabalho”, acrescentou.

Para Isabele Tito, mãe de Rafael, acompanhado há 6 anos no Sarem, o tratamento no equipamento foi essencial para o desenvolvimento do filho. “Ele apresentava alguns sintomas desde um ano e oito meses, mas o diagnóstico só foi concluído aos 5 anos. Desde a descoberta procuramos o Sarem e a equipe foi muito acolhedora com toda a família", descreveu. "Meu filho tinha disgrafia grave e a fala comprometida, além de só ficar se balançando na cama. Hoje ele fala muito, lê muitos livros, faz sua higiene com autonomia própria, enfim evoluiu muito. Fico muito feliz com toda atenção e cuidado dos profissionais daqui”, concluiu. A pequena Maria Eduarda, de 9 anos, também é acompanhada pelo Sarem e fez questão de falar o motivo da sua presença. “Às vezes minhas emoções são confusas e no Sarem com as atividades que fazem comigo consigo entender e transforma-las em coisas boas”, descreveu.