Prefeitura exibe filme ambiental em comemoração ao Dia Mundial da Água

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Em comemoração ao Dia Mundial da Água (22/03), a Secretaria Adjunta de Meio Ambiente de Maricá exibiu o documentário “Lei da Água – Novo Código Florestal” para cerca de 100 estudantes do curso técnico de pedagogia do Colégio Estadual Elisiário Matta, no Centro. A atividade aconteceu em uma das salas de aula da escola e mostrou a polêmica sobre as mudanças na legislação ambiental que prevê, entre outros pontos, quais áreas de uma propriedade rural devem ser mantidas com a vegetação nativa, cultivadas ou restauradas. O filme aborda ainda a importância das florestas para a conservação dos recursos hídricos no Brasil, e problematiza o impacto do novo Código Florestal, aprovado pelo no Congresso em 2012, nesse ecossistema e na vida dos brasileiros.

Antes da exibição, o secretário adjunto de Meio Ambiente, Guilherme Di César, afirmou que 90% das nascentes em Maricá estão em áreas preservadas, mas que os rios não são suficientes para abastecer a cidade, por isso a dependência do abastecimento através da Cedae. “Cerca de 70% da agua nas residências são de poço. O governo anterior renovou com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos, e isso nos impossibilita fazer investimento no setor”, afirmou.

O documentário foi realizado ao longo de 16 meses, com base em pesquisa e 37 entrevistas realizadas no Rio, São Paulo, Pará, Mato Grosso, Paraná e Brasília. Foram entrevistados ambientalistas, cientistas, ruralistas e agricultores, alguns dos quais acompanharam de perto a controversa tramitação da nova lei no Congresso e opinam sobre seus impactos, trazendo perspectivas diversas e discordantes sobre o tema.

O biólogo e gestor das unidades de conservação da Secretaria Adjunta de Meio Ambiente, Valdir Almeida, falou da Lei 12.651, que revogou o antigo Código Florestal de 1965. Para se ter uma ideia, o novo Código Florestal aprovado anistiou 29 milhões de hectares desmatados ilegalmente em todo país. Segundo ele, o código florestal, embora feito em pleno regime militar, era muito mais voltado para as questões ambientais. “A nova lei foi feita para beneficiar os grandes latifundiários, que produzem apenas para exportação”, comentou. Para o biólogo, Maricá possui uma bacia hidrográfica extremamente frágil e deve ser a qualquer custo preservada. “Estamos transformando nossos rios em valões através de despejos de resíduos”, finalizou.

Para a professora Adriane Pontes, as informações do documentário e o debate são importantes para os alunos. “A maioria não nasceu aqui e não conhece a cidade, sua geografia. Por isso acho muito importante este trabalho da prefeitura”, disse a professora, que aproveitou para sugerir a apresentação do filme para outras turmas. “Achei bem bacana por causa da crise hídrica que estamos vivendo”, comentou a aluna Ana Caroline, de 17 anos. “Devemos preservar o meio ambiente, principalmente as áreas de nascentes e rios. Achei muito interessante o filme, dá uma ideia de como as questões ambientais são tratadas”, completou a aluna que mora em Inoã.