Máquinas começam a movimentar areia para possível abertura de canal na Barra de Maricá

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Trabalho será realizado ao longo do fim de semana e deixará altura da areia a dois metros do nível de água da lagoa

Foi iniciado nesta sexta-feira (29/01) um trabalho preventivo que vai possibilitar a eventual abertura de um canal ligando o mar à lagoa, na altura da ponte da Barra de Maricá. Homens e máquinas começaram a nivelar o trecho de areia até uma altura de dois metros do nível de água da lagoa. O trecho marcado terá 20 metros de largura e, em caso de uma subida repentina em razão de chuva forte, ele será aberto para o escoamento do fluxo, o que ocorrerá somente se a altura da lâmina d’água ficar entre 50 e 60 centímetros. Atualmente, a altura é de 35 centímetros, nível considerado seguro.

A autorização para a movimentação de areia na Barra de Maricá, que vai se estender ao longo do fim de semana, foi concedida através de um ofício assinado pelo vice-presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), José Maria de Mesquita Júnior, e enviado na última quarta-feira (27) ao secretário adjunto de Meio Ambiente do município, Guilherme Mota. Ele acompanhou o início da operação ao lado do também secretário adjunto Marcos Câmara (Obras) e do engenheiro da Diretoria de Recuperação Ambiental do órgão estadual, Ricardo Ferreira. O local escolhido para a possível abertura foi o mesmo onde ela já havia sido feita de forma emergencial em 2010, também em razão de fortes chuvas.

“Com esse trabalho, estamos dando uma resposta à população que sempre fica temerosa por enchentes no entorno da lagoa. Temos que agradecer ao INEA por ter atendido nossa solicitação e nos dado o apoio necessário”, afirmou Guilherme, que destacou a participação do superintendente do INEA para a região da Baía de Guanabara, Paulo Cunha, que visitou a cidade na última segunda-feira (25) e verificou pessoalmente as condições do local onde ocorre a movimentação.

Marcos Câmara garantiu que todo o trabalho realizado na areia terá a orientação do órgão estadual. “Tudo o que for feito aqui terá a orientação do INEA. Nossa parte será fornecer o maquinário e mão de obra a serem utilizados na atividade”, disse o secretário de Obras. Para o aposentado Ito Costa, nascido e morador do bairro há 80 anos, o trabalho é necessário para prevenir uma situação mais grave. “Já vi meus avós e meus pais abrirem esse canal em época de chuvas, e eu mesmo já participei disso. É preciso mesmo deixar tudo pronto para não chegar a oferecer risco a quem vive à beira da lagoa”, avaliou seu Ito.

Após a inauguração da ponte da Barra, uma possível abertura de um canal não terá o mesmo efeito de anos anteriores, quando o fluxo de veículos foi interrompido no local e deixou praticamente isolados moradores da região de Guaratiba e Cordeirinho, que precisavam dar uma volta de até 15 quilômetros para chegar ao centro da cidade. O transtorno ocorreu na abertura feita em abril de 2010 e pouco mais de um ano depois, em maio 2011, quando uma forte ressaca atingiu o litoral fluminense e criou uma ligação natural entre o mar e a lagoa naquele mesmo trecho.