Professores da rede municipal se formam em curso de braile

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Em uma cerimônia marcada pela emoção, mais nove professores da rede municipal de ensino de Maricá se qualificaram na linguagem em braile para deficientes visuais. A formatura foi realizada nesta segunda-feira (21/12) na Escola Especial Municipal Rynalda Rodrigues da Silva, no Centro, e contou com a presença da equipe de coordenação do curso e das famílias dos formandos. Esta foi a sétima turma formada neste curso desde 2011. Cerca de 50 professores já foram qualificados.

As aulas foram ministradas em outra unidade da rede no Centro da cidade, a Escola Municipal Carlos Magno Legentil de Mattos, pelo professor Jorge Frederico dos Santos. Antes de entregar os certificados de conclusão, Jorge leu um texto escrito em braile especialmente para a ocasião e recebeu muitas homenagens durante toda a solenidade. Uma delas foi quando a formanda Lilian Garcia cantou, ao lado dos colegas, a música “Canção da América” (de Milton Nascimento e Fernando Brant).

“O braile é uma linguagem que permite escrever qualquer texto e levar luz a cegos em todo o mundo, como eu. Tenho uma enorme satisfação pessoal com este curso, que forma profissionais que se tornam multiplicadores desse importante sistema”, frisou o professor, que não enxerga desde o nascimento. “As aulas foram todas muito estimulantes e prazerosas. Como sou uma referência para os alunos, sempre procuro motivá-los constantemente”, acrescentou. O secretário adjunto de Educação, Daniel Neto, afirmou que este trabalho deve se expandir. “Queremos dar continuidade a esta qualificação e levá-la a outras unidades da rede”, sinalizou ele.

Após a solenidade, os formandos mostraram empolgação com o que aprenderam. “Quero muito me aprofundar na educação inclusiva. Me encantei com o braile depois de ter um aluno deficiente visual e ter dificuldades em lidar com isso”, revelou Lilian Garcia, que dá aulas na Creche Municipal Estrelinhas do Amanhã, também no Centro. Ao lado dela, a professora Débora Lopes apontou outro benefício das aulas. “Para mim foi também algo que nos tornou mais humanos, mais sensíveis mesmo”, apontou ela, que atua na E.M. Lúcio Thomé Feteira (Cordeirinho) e na Creche Trenzinho da Esperança (Guaratiba).

O caso mais emblemático, porém, é o de Elisângela de Freitas Gomes, professora da Creche Ondina Coelho, no Centro. Ela levou à cerimônia o filho Josué, de apenas 1 ano, que nasceu com baixa visão e faz tratamento em quatro lugares diferentes. Segundo ela, o menino foi seu grande estímulo para esta qualificação. “Creio que agora vou poder fazer mais por ele e também por meus alunos. Meu filho é um grande desafio para mim mas também um grande presente, que me fez expandir meus horizontes e me deu um olhas mais inclusivo. Até na igreja onde congrego observo crianças com possíveis deficiências e procuro ajudar”, contou Elisângela.