O Núcleo Musical da Secretaria Adjunta de Cultura, Ciência e Tecnologia de Maricá mostrou, na última sexta-feira (21/08), com quantos instrumentos se pode aquecer uma noite fria. Em uma apresentação no Ponta Negra Futebol Clube, o quarteto formado por Dalva Alves (voz, violão e pandeirola), Paulo Ernani (cajón e pratos), Pedro Szighety (violoncelo) e Ronaldo Valentim (voz e violão), com a participação especial de Sérgio Aranda (percussão), interpretou grandes sucessos de Roberto Carlos, dando partida ao circuito de apresentações que o Projeto Sala Cult fará em todos os distritos. “Levar o Sala Cult aos bairros é uma forma de contemplar o público que mora distante do Centro com shows de alta qualidade”, explica a autora da ideia, a subsecretária Andréa Cunha.
A banda abriu o show com a música “Como é grande o meu amor por você”, na voz de Dalva Alves, para, no terceiro número, “Além do horizonte”, lembrar dos 50 anos de Jovem Guarda, celebrados naquele dia. O toque de infidelidade ao estilo do "ieieiê” à moda brasileira foi impresso pelos cinco músicos à maior parte do repertório, impondo um ritmo mais quente e dançante em “É proibido proibir” (Dalva) ou “Lady Laura” (Valentim), sem contar o balanço do reggae (“Amada amante”) e o clima intimista e aconchegante da Bossa Nova (“Olha”).
Quem chegou de repente foi Carlos Roberto, distribuindo cumprimentos, abraços e botões de rosa às fãs que o cercaram para posar ao lado do sósia escolhido em pessoa pelo “Rei” entre mais de 100 concorrentes em um concurso de TV em 1984. Acompanhado pela esposa, Lúcia Helena, e pelos filhos, Jean Patrick e Suzany, o “cover” de longos cabelos grisalhos “gostou muito” das interpretações que ouviu enquanto aguardava na plateia ser chamado ao palco. Após a interpretação de “Emoções” por Ronaldo Valentim, Dalva anunciou: “E agora com vocês, o meu amigo Carlos Roberto, nosso convidado especial de hoje”. De violão em punho, o sósia do “Rei” exibiu talento e desenvoltura numa seqüência de números que terminou com “Un gatto nel blu”, de Gaetano Sávio (“Totó”) e Giancarlo Bagazzi, em dueto com Valentim.
Veterano guitarrista de grupos de baile, criou com os três irmãos, quando ainda morava no Rio, o conjunto “Os Lobos” e atuou com Lafayete, organista que liderava um dos conjuntos musicais mais respeitados nas décadas de 1960, 70 e 80. Aos 14 anos, Carlos Roberto Lobo, nascido em 1954 na Barra da Tijuca, conheceu seu ídolo, consagrando-se “cover” já em 1972, no Programa do Chacrinha na TV, em 1978 no Programa do Bolinha e no ano seguinte no Programa Barros Alencar. Morador de Maricá, compositor, amigo e compadre de Manhoso, padrinho do filho Patrick, Carlos Roberto é pedreiro profissional ainda em atividade. “Trabalhei até as 17h”, disse, sem revelar cansaço. Tem 14 discos gravados e até página no Facebook.
