Festa da Aldeia recebe centenas de visitantes em seu segundo dia

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Visitantes participaram da Dança do Guerreiro, que consiste em movimentos de ataque e defesa diante de lanças e bordunas do adversário

Centenas de visitantes, entre moradores de Maricá e turistas, prestigiaram neste domingo (26/04) o segundo dia da Festa da Aldeia na Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’ aguy Hovy Porã, em língua indígena), localizada na Restinga, em São José do Imbassaí, Maricá.

Depois de conhecerem a aldeia, com uma visitação guiada conduzida pelo líder indígena Miguel Weramin, os visitantes participaram do "Xondar", a Dança do Guerreiro. Acompanhado por dois músicos índios e um dançarino com chocalho, que marcavam o ritmo da dança, o público aprendeu os movimentos de ataque e defesa diante de lanças e bordunas do adversário. "Essa dança é um ritual e representa a luta contra os inimigos de nosso povo”, explicou o cacique Darcy Tupã.

Um coral formado por índios guarani Araowi, da aldeia Sítio do Céu, em Morada das Águias, Itaipuaçu, apresentou músicas indígenas com o apoio de um violonista e de um rabequista índios. À noite, houve uma confraternização ao redor de uma fogueira, com cantos tribais e música folclórica. A cacique Jurema Parapotã estava emocionada. "Nunca tivemos um apoio assim. Estamos muito felizes em ter vindo para Maricá e agradecemos ao prefeito Washington Quaquá por todo esse carinho com o povo indígena", adiantou.

A programação de domingo incluiu também venda de comidas típicas, como pamonha, peixe assado, aipim e xipá (massa frita ou assada feita de farinha de trigo, sal e água); artesanato – brinco de penas, arco com penas para decoração, arco e flecha, pulseiras e zarabatana (arma de sopro para lançamento de dardos feita de bambu e utilizada para caça); e Aroca, bebida feita com água e mel.

Visitantes de diversos lugares

Outras tribos, como Pataxó (BA), Pankarani (SP) e Apurinã (AM), enviaram representantes que venderam e trocaram artesanato. “A gente troca sementes, conchas, pedras e penas. Fortalece o vínculo de amizade e a qualidade do artesanato”, comentou o índio Apurinã Afonso Xamakiri.

Cerca de 70 participantes do projeto Circuito Ecológico, da Secretaria Municipal Adjunta de Turismo também visitaram a aldeia. Alguns, com experiência em trilhas internacionais, como a aposentada Teresita Siqueira, 63, moradora de Niterói, já percorreu caminhos como o de San Tiago de Compostela, na Espanha, e Machu Pichu, no Peru. “Este evento é uma festa para os olhos. É bom saber que Maricá investe na preservação das etnias”, comentou.

O comerciante Antonio Ferreira, o "Toninho", 67 anos, foi com o irmão Luiz, de 70 anos, conhecer a aldeia. "Vimos os cartazes espalhados na cidade e resolvemos conferir. Legal essa integração aqui. Mais um espaço para o maricaense conhecer", disseram, enquanto jogavam uma partida de sinuca.

Entre os organizadores, a sensação também foi a de um evento bem sucedido – e que, de acordo com o Secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico, Lourival Casula, passa a fazer parte do calendário oficial da cidade. “Nos sentimos orgulhosos em poder colaborar com um evento como esse. Estabelecemos uma parceria e o resultado está sendo positivo", declarou.