Prefeitura promove ação em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase

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Na ação, que ocorreu na Praça Conselheiro Macedo Soares, agentes da Saúde atenderam os pacientes e distribuíram panfletos informativos

O município de Maricá participou, nesta quinta-feira (29/01), dos festejos em comemoração do Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase (25/01), com uma ação integrada de setores da saúde.  Das 09h às 13h, na Praça Conselheiro Macedo Soares, no Centro, a Secretaria Municipal Adjunta de Saúde – com apoio das secretarias de Turismo, Urbanismo e Educação – ofereceu diversas atividades para a população.

Além do Centro de Referência de Tratamento da Hanseníase, participaram da ocasião os programas Hiperdia (hipertensão arterial e diabetes); HIV/Aids (orientação e preservativos); Combate à Tuberculose; Saúde do Homem; Programa de Atenção à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (PAIMSCA); Programa de Atenção à Saúde do Idoso (PASI); Área Técnica de Alimentação e Nutrição (ATAM); Programa Educação e Saúde; e o Núcleo de Atenção à Saúde da Família (NASF). Foi distribuído material de divulgação e um laço amarelo, símbolo da data de luta contra a doença.

Segundo a coordenadora municipal do Programa de Hanseníase na cidade, Amália Falimena da Silva, foi detectado um caso suspeito durante a ação, pela manhã. “Temos atualmente oito pacientes em tratamento, fora os casos de pacientes em reação (segunda fase do tratamento). A demanda espontânea é a forma mais comum de notificação, sendo que registramos casos suspeitos durante a busca ativa e durante ações regulares que promovemos, casos que serão confirmados ou não, em exame clínico nas unidades”, adiantou. A gerente do programa estadual contra a Hanseníase, Kedman Trindade, elogiou o trabalho no município. “Maricá se destaca por trabalhar de forma integrada com demais programas e setores, o que permite uma avaliação global da saúde da população. Poucos municípios atuam com esta estrutura”, comentou.

A secretária municipal adjunta de Saúde, Fernanda Spitz, informou que o Ministério da Saúde determinou a descentralização das ações do setor, em todo o país. “Isso dá mais garantias de acesso e de tratamento, evitando o abandono por parte do paciente. Ano passado, capacitamos médicos e unidades de saúde a trabalharem com o diagnóstico da Hanseníase". avaliou. "Este ano estaremos implantando o tratamento nos postos de todo o município”, adiantou. “A Hanseníase já deveria ter sido erradicada no Brasil, porém o diagnóstico precoce ainda é uma meta a ser atingida. Pelo fato de a doença ser silenciosa, não apresentando dor nem incômodos maiores que manchas com insensibilidade no corpo, as subnotificações ainda são altas. Estima-se que para cada 10 mil pessoas exista um caso de hanseníase, por isto a doença ainda não foi eliminada”, explicou a secretária.

A dona de casa Luiza Alves Pires, de 80 anos, moradora de Itaipuaçu, foi consultada pela médica Renata Moret, que deu diagnóstico negativo para o seu caso. “Estava passando e vi o evento. Quis tirar a dúvida sobre uma mancha que tenho no braço, mas deu negativo, graças a Deus. Agora, estou mais aliviada”, falou. O jornalista aposentado José de Souza, de 100 anos, foi aprovado nos exames que fez -tanto no Hiperdia (aferição de pressão e HGT-Diabetes) quanto na avaliação peso/altura. “Ele está 100%. Quem dera todos chegassem à idade dele com esse estado positivo de saúde”, comentou a coordenadora Bruna Matta, da ATAM (Área Técnica de Alimentação e Nutrição).

Sintomas da doença

 A Hanseníase, ou Mal de Hansen, é uma doença infectocontagiosa que atinge indivíduos de qualquer idade, através do contato físico com pessoas contaminadas e sem tratamento. O Bacilo de Hansen é o causador da doença e tem período de incubação que pode durar vários dias. É considerada uma doença silenciosa, apresentando manchas ou caroços na pele, avermelhadas e dormentes (com perda de sensibilidade), principalmente nas extremidades (braços, mãos, pernas e pés). O tratamento é gratuito e feito através de comprimidos e leva de seis meses a 12 meses, dependendo do caso. Depois desse tempo, é feito um complemento (tratamento de reação ou revisão) para evitar recidiva (retorno da doença). Em Maricá, este ano, toda a rede municipal de Saúde estará apta a fazer o diagnóstico e o tratamento da doença. Se não diagnosticada e tratada precocemente, a pessoa pode ficar curada, porém apresentará sequelas como deformação de membros, como dedos, mãos, pés, nariz e orelhas, visto a doença atingir o sistema nervoso periférico, músculos e articulações.