Saúde de Maricá capacita profissionais para teste rápido de DSTs/Aids

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Enfermeiros participaram de treinamento para atender, acolher e aconselhar pessoas que chegam às unidades para fazer o teste rápido de HIV e Sífilis

Os enfermeiros da rede pública de Maricá iniciaram, nesta segunda-feira (24/11), o segundo treinamento para atender, acolher e aconselhar pessoas que chegam às unidades para fazer o teste rápido de HIV, Sífilis, Hepatites B e C. A capacitação, que também ocorrerá nesta terça-feira (25/11), é promovida pela Secretaria de Saúde e integra o programa de DST/Aids/Hepatites Virais.

O primeiro dia foi contemplado com a palestra da bióloga Cláudia Rodrigues, que é coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), setor específico e de referência no município para atendimento e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis. Na ocasião, Cláudia explicou o procedimento aos enfermeiros dos postos de saúde (PS e PSF), que serão os responsáveis pela aplicação, diagnóstico e assinatura dos resultados. De acordo com ela, em 20 minutos e através da coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo, o paciente saberá se há ocorrência de carga viral.

“Esta é a segunda capacitação neste semestre. A primeira aconteceu em agosto. Estamos buscando a atualização do conhecimento para que os participantes estejam aptos, ao término desta segunda fase, a atender a população com tranquilidade e segurança. Hoje, estamos passando a teoria. Amanhã, será a vez da prática, com utilização do teste: furação do dedo, exame laboratorial de amostras, identificação e diagnóstico”, explicou Claudia. “Na quarta-feira (26/11), chegarão 1.500 testes que serão distribuídos pelas unidades de saúde da rede”, adiantou a coordenadora.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), qualquer pessoa a partir dos 14 anos pode fazer o teste rápido de HIV. Segundo Claudia, o número de jovem com a doença aumenta a cada ano e, por isso, a proposta é a descentralização e agilização do teste em gestantes, mulheres e opcional para adolescentes. "Estatísticas recentes informam que a ocorrência da doença na população jovem tem aumentado. O vírus é transmitido não só pela relação sexual, mas também pelo sangue contaminado. A partilha no uso de seringas e canudos de drogas tem causado também esse aumento. O número de casais heterossexuais contaminados, além dos homossexuais, tem crescido, sendo as mulheres as maiores vítimas da doença, com cerca de 37% de ocorrência desse quadro no país", informou.

No cronograma da Secretaria de Saúde, em 2015, os técnicos de enfermagem e psicólogos serão capacitados para auxiliar os enfermeiros na aplicação e acompanhamento do teste rápido de HIV/Sífilis. “Em relação à Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids), novos tratamentos estão sendo desenvolvidos, inclusive para evitar a interrupção da medicação, o que pode levar a óbito. O vírus da Aids destrói os linfócitos, que são as células de defesa do organismo. Diagnosticado um caso reagente (positivo), a comunicação do posto de saúde à central tem de ser imediata, para avaliação do caso e encaminhamento do mesmo para a  unidade de tratamento competente. Da mesma forma, é feito com o diagnóstico de sífilis. Para outras doenças sexualmente transmissíveis mais comuns, existe um encaminhamento de rotina para exame e tratamento”, ponderou.

O enfermeiro  Luciano Cesar Leite, de 51 anos, que é coordenador do Posto de Saúde Santa Rita, em Itaipuaçu, considerou válida a capacitação. “Com a aplicação do teste nas unidades da rede, ganharemos tempo na identificação e tratamento da doença. São novas responsabilidades”, disse. Já Andrea Athaydes, de 43 anos, coordenadora do Posto de Saúde de São José, comemorou a realização dos testes em todas as unidades de saúde do município. “Antes, indicávamos o paciente para fazer o exame em um lugar específico. Agora, faremos nós mesmas o teste. Caso o resultado seja “reagente” (positivo), além do tratamento, o paciente terá aconselhamento e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar”, ressaltou.

A coordenadora Cláudia Rodrigues confirmou o acompanhamento do paciente com médico infectologista, psicólogo e assistente social, nos casos positivos do exame de HIV, que são encaminhados para o SAE. “Para atendimento direto, o paciente terá de apresentar laudo médico com resultado de exames. Para as outras DSTs, o encaminhamento da unidade de saúde”, concluiu. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone para 2637-8312.