
Um grupo de índios da aldeia Sítio do Céu, em Itaipuaçu, teve um dia diferente nesta terça-feira (18/11). Eles deixaram a área de encosta onde vivem, na região do Barroco, para um passeio no Centro de Maricá, em que o ponto alto foi uma visita ao Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca. Os indígenas, em sua maioria crianças e jovens, participaram de algumas atividades e atraíram a curiosidade que quem estava no espaço. Também estava prevista uma passagem pela lagoa de Araçatiba.
Conduzidos pela equipe do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de Itaipuaçu, que organizou o passeio, os índios conheceram as dependências do CEU. O Telecentro foi o ponto da visita mais concorrido, pois todos queriam navegar nos computadores, alguns pela primeira vez. Era o caso de Nilson, que completava 11 anos e não conhecia os equipamentos de informática. “Gostei mais do jogo”, disse ele, que recebeu ajuda do aluno Cauã Linhares, que tem a mesma idade. “Nunca tinha visto índios de perto antes, achei eles legais”, contou o menino, que afirmou não saber que seu nome tem origem indígena. Outros mostraram intimidade, como a índia Marisa, de 14 anos. “Já uso bastante a internet, tenho até perfil em rede social”, revelou ela.
Depois disso, o grupo ainda assistiu a um filme no auditório, antes de acompanhar e participar de uma apresentação de dança com direito a ‘passinho’ de funk. Teve ainda futebol na quadra e contação de histórias para os pequenos. O cacique Félix Karai, de 67 anos, apoiou o dia fora da tribo. “É importante para eles conhecerem outros lugares e fazerem novos amigos”, avaliou o ancião.
Para a coordenadora do CRAS Itaipuaçu, Kelly Ebrenz, a troca de influência cultural é o maior ganho para os índios e também para quem interage com eles. “Acho interessante e enriquecedor para os dois lados quando há esse contato, e vemos que há uma curiosidade mútua que só torna mais fácil essa convivência”, ponderou Kelly.