Cartunista faz oficina de confecção de livros na Flim

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Oficina de confecção de livros infantis foi ministrada para alunos da rede pública e particular de ensino

O cartunista e ilustrador Gilberto José Ferreira (Gil), dirigiu uma oficina de confecção de livros na tarde desta quinta-feira (09/10), na Tenda Cora Coralina. A iniciativa fez parte da programação da II Festa Literária de Maricá (FLIM), na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro, e foi ministrada para alunos da rede pública municipal e particular.  

Gil apresentou as etapas de montagem de um projeto de literatura infantil, iniciando pelo modelo, conhecido também como “boneca” (protótipo do projeto definitivo), com capa, verso de capa, numeração de páginas, página pares, ímpares e página central. Segundo o cartunista, esta última traz a finalidade de sinalizar, dentro do processo criativo texto/imagem, a ‘virada’ para a etapa final do livro, sempre com uma mensagem moral para o pequeno leitor. Por último, mostrou a contracapa, que pode dispor apenas de uma ilustração com a palavra “Fim”.

Depois de montada a "boneca", Gil passou à fase seguinte, de pré-produção, com a montagem do espelho trazendo as páginas já preparadas para o envio à gráfica. "Lá, é feita a parte de revisão final e editoração”, explicou o cartunista. Depois da explanação teórica, Gil entregou folhas de papel em branco e lápis para que os alunos apresentassem trabalhos. “A ilustração é uma narrativa e um livro infantil pode, na verdade, dispor apenas dela, sem o texto, para contar uma história. Neste caso, usei um personagem criado por mim (“Tinico, o Porquinho”), que resolve caçar borboletas, é perseguido por um enxame de abelhas, e solta as borboletas, entendendo que a natureza deve ser preservada", descreveu o cartunista, de 49 anos.

Stefany dos Santos, de 7 anos, aluna do 1º ano do Ensino Fundamental da E.M. Aniceto Elias, em Inoã, era uma das mais interessadas e foi a primeira a desenvolver seu projeto na oficina. “Muito legal! Quando chegar em casa, vou treinar mais”, disse, mostrando a capa com o desenho de seu livro, feita em um piscar de olhos. 

Histórico

O cartunista e ilustrador Gil começou a desenhar aos cinco anos de idade. Ao vir morar com os tios em Maricá, desenvolveu os primeiros traços  observando uma prima que tinha aulas de desenho na grade curricular de sua escola. Passava horas envolvido com papel, lápis preto e de cor, criando e colorindo personagens. Aos 18 anos, já trabalhava como cartunista na revista Fatos, da antiga Rede Manchete de Comunicação. Trabalhou também como chargista no jornal O Dia, mas prefere a caricatura e a ilustração. Atualmente, trabalha para a Revista Ciência Hoje para Crianças, uma publicação do antigo CNPQ (Centro Nacional de Pesquisa para o Progresso Científico). "É importante que a garotada tenha mais contato com o livro impresso, como primeira alternativa de cultura aos equipamentos digitais, os quais as gerações mais novas conhecem já nas primeiras letras", afirma.