Sátira religiosa, filme é um dos maiores sucessos do grupo britânico de humor Monty Phyton no cinema
O Cineclube Henfil de Maricá exibe na noite desta quarta-feira (20/08) o filme "A Vida de Brian" (1979 – Reino Unido), considerado um dos maiores sucessos do grupo de humor britânico Monty Phyton no cinema. A sessão gratuita acontece às 19h, na Casa Digital, no Centro. Os interessados devem chegar 30 minutos antes, quando serão distribuídas senhas de acesso. Este mês, a programação do projeto da Secretaria Municipal de Cultura conta somente com títulos religiosos.
Fundado na Inglaterra no final dos anos de 1960, o Monty Python ficou famoso com a série "Flying Circus”, transmitida pela rede britânica BBC entre 1969 e 1974. O longa "A Vida de Brian", ao lado de "Em Busca do Cálice Sagrado", este uma sátira da saga do Rei Arthur e de Camelot, é o maior sucesso de bilheteria dos humoristas. Com direção de Terry Jones, trata-se de uma paródia dos textos bíblicos, no qual o humor corrosivo e iconoclasta gerou ao grupo, além do sucesso mundial, acusações de blasfêmia. Segundo alguns críticos, a obra desrespeita a imagem de Jesus Cristo. Como ninguém queria produzi-lo, acabou sendo bancado pelo ex-beatle George Harrison.
O cenário do filme é a Judeia (atual Cisjordânia, territórios árabes ocupados), ano 33 D.C, uma época de pobreza e caos na qual a região convivia com a desordem e era um território fértil para o surgimento de líderes religiosos e políticos messiânicos voltados para a resistência ao domínio de Roma. Brian Cohen (Graham Chapman) é um candidato a messias que se envolve em uma série de histórias hilárias, alia-se a grupos que combatem a hegemonia do Império Romano e morre crucificado (a punição capital mais comum aplicada pela lei romana na época).
Os demais humoristas do Monty Phyton (John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin) interpretam cerca de 40 personagens diferentes, como ex-leprosos, a mãe de Brian, Pôncio Pilatos, profetas malucos e centuriões romanos e atos de crucificação. Uma curiosidade é que o roteiro foi dedicado ao baterista Keith Moon, da banda de rock The Who, que iria interpretar um profeta, mas faleceu antes das filmagens.
A base do estilo "pythonesco" é um humor anárquico e nonsense, com sátiras políticas e principalmente aos costumes da sociedade britânica. A combinação única de paródia e surrealismo, com toques de metalinguagem, ainda hoje ecoa na televisão e cinema. Os humoristas popularizaram o formato de esquete, as peças cômicas de curta duração oriundas do teatro, que viraram praxe em humorísticos televisivos, de todas as partes do mundo.
Programação
A programação deste mês, intitulada "Atos de Fé", encerra na próxima quarta-feira (27/08) com o documentário "Ladainhas" (27/08), que contará com uma palestra do diretor Délcio Teobaldo, após a apresentação do curta-metragem. Já foram exibidos os filmes "O Pagador de Promessas", único filme brasileiro vencedor da Palma de Ouro, em 1962, do Festival de Cinema de Cannes, na França; e "O Evangelho Segundo São Mateus", considerado pelo Vaticano a melhor obra cinematográfica sobre a vida de Jesus Cristo. A Casa Digital fica na Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, no Centro.