Programa de Planejamento Familiar de Maricá beneficia 1,7 mil famílias em 2013

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Lúcia Cristina, de 23 anos, é orientada pela equipe do programa.

Consultas, palestras e cirurgias de vasectomia e laqueadura são realizadas no Hospital Conde Modesto Leal

Mais de 1.700 famílias atendidas e 165 procedimentos cirúrgicos realizados. Esse é o balanço de 2013 do Programa de Planejamento Familiar de Maricá, que orienta gratuitamente os moradores sobre métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis, além de realizar, também de graça, procedimentos de vasectomia e laqueadura para evitar a gravidez indesejada ou de risco.    

Assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família. Mantido na cidade com recursos da secretaria municipal de Saúde, num consultório do prédio anexo ao hospital Conde Modesto Leal, no Centro, o programa foi reforçado este ano com novos investimentos e com a atualização de seu cadastro na secretaria estadual de Saúde – para obtenção de novas fontes de verbas. Com uma equipe multidisciplinar formada por três cirurgiões, um anestesista, uma assistente social e um coordenador, a PPF integra o Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA)– do Governo Federal.

Lúcia Cristina, 23 anos, é uma das mulheres atendidas em Maricá e vive uma realidade repetida à exaustão em todo o país e que combina pouca idade e vários filhos. Nascida no Rio de Janeiro e mãe de quatro crianças (com idades de 4, 6, 7 e 9 anos), Lúcia está grávida de sete meses e mora na comunidade de Saco das Flores há pouco mais de um ano. Com um quadro de hipertensão, está sendo acompanha pelos médicos do Posto de Saúde Central, onde ela faz o pré-natal, e também pelos profissionais do PPF – onde buscou ajuda para realizar a cirurgia de ligamento das trompas.

– “Fiquei sabendo que existia essa ajuda em uma das consultas que eu fiz no posto de saúde. Agora me sinto mais segura com as orientações que eu recebi e aliviada por saber que vou fazer a cirurgia”, declara Lúcia, que cria os filhos com a ajuda de sua mãe. “Parei de trabalhar aos seis meses porque tinha que me deslocar diariamente para o Rio. Vivo com a ajuda da minha mãe”, explica.

Pela lei que rege o Programa de Planejamento Familiar, Lúcia só pode ser atendida por causa da doença cardíaca. Isso porque é exigido, no caso de pacientes que aderem ao programa durante uma gravidez, que a mulher já tenha tido outros dois filhos com parto cesária. No caso de Lúcia, no entanto, os quatro filhos nasceram em partos normais. Com o laudo de dois médicos atestando a hipertensão, a jovem tem o direito de realizar as consultas, bem como a cirurgia para evitar que fique grávida no futuro – o que colocaria sua vida em risco.

O caso de Lúcia é comum, atesta a assistente social que realiza as consultas, Adriana Azevedo. “Em geral, as pacientes mulheres são jovens e, apesar de terem certo conhecimento sobre os métodos para evitar a gravidez, nos procuram quando o quadro já é mais crítico, seja por questões de saúde ou de condições financeiras de suas famílias”, ressalta.

Conscientização

A coordenadora do programa, Amanda Neto, frisa que o papel fundamental do programa é a conscientização das famílias. “É importante que a população saiba que nosso papel é abrangente, de conscientização mesmo. Fazemos pelo menos duas grandes palestras por mês com informações sobre os riscos do sexo sem camisinha, entre outros temas,” disse. Ainda segundo Amanda, os postos também desempenham um papel fundamental para o funcionamento do programa. “Os postos são polos de informação para quem não nos conhece. É comum que as pessoas sejam encaminhadas para cá,” revela.

Para mulheres que não estão grávidas no momento ou homens que também não querem mais ter filhos, o Programa de Planejamento Familiar tem como pré-requisito a idade (a partir de 25 anos). No caso das mulheres, também é necessário ter ao menos dois filhos. Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, das 09h às 16h, no Consultório nº 6 do prédio anexo ao Hospital Municipal, que fica na rua Domício da Gama, 433.