Cineclube Henfil exibe filme em comemoração ao Dia da Consciência Negra

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Sambista fez parcerias de sucesso com João Bosco, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, entre outros

Documentário “Rainha Quelé” será apresentando nesta quarta-feira (20/11), às 19h, na Casa de Cultura. O evento é gratuito

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o Cineclube Henfil de Maricá exibe nesta quarta-feira o documentário “Rainha Quelé” (2011 – Brasil), história sobre a sambista Clementina de Jesus, grande dama do samba que dividiu palcos com Pixinguinha, Paulinho da Viola e João Bosco, entre outros ícones da música nacional. O projeto da secretaria municipal de Cultura exibe o filme às 19h, na Casa de Cultura, no Centro. O evento é gratuito e haverá distribuição de senhas 30 minutos antes da sessão.

Dirigido pelo cineasta Werinton Kermes, o documentário narra a trajetória de Clementina de Jesus, carinhosamente chamada de Quelé pelos amigos. A artista, que começou a cantar profissionalmente só aos 62 anos, trabalhou como empregada doméstica durante 20 anos, até ser descoberta pelo pesquisador de Música Popular Brasileira (MPB) Hermínio Bello de Carvalho, em 1963, quando se apresentava em bares cariocas. Com 56 minutos de duração, o documentário é enriquecido ainda com depoimentos de Martinho da Vila, Lecy Brandão, Cristina Buarque de Holanda, Carlinhos Vergueiro, João Bosco e Paulinho da Viola.

No repertório da artista, estão canções gravadas por grandes nomes da MPB, como “Marinheiro Só”, interpretada por Caetano Veloso, e sambas considerados os mais "modernos" do repertório de João Bosco, Paulinho da Viola e Martindo da Vila. Neta de escravos, Clementina de Jesus (1901-1987) nasceu em Valença, no Sul Fluminense, e aos 10 anos foi morar no bairro de Oswaldo Cruz, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde acompanhou o surgimento da Escola de Samba Portela, importante influência musical de sua carreira.

Clementina de Jesus gravou 11 discos e também fez diversas participações especiais, como no álbum “Milagre dos Peixes", de Milton Nascimento, em que interpretou a faixa "Escravos de Jó". Foi uma das representantes do país no Festival de Arte Negra de Dacar, no Senegal, e no Festival de Cinema de Cannes, na França, em 1966. A cantora ainda foi homenageada, em 1983, por um espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de Paulinho da Viola, João Nogueira, Elizabeth Cardoso, entre outros grandes nomes do samba.

A Casa de Cultura fica na Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, no Centro.