Palestra na Casa de Cultura discute "afro-cidadania" nesta segunda

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Exposição em homenagem aos orixás acontece na Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, no Centro, em novembro

Ação gratuita também aborda o racismo no mercado de trabalho e faz parte do evento “Cultura Afro-brasileira, Orgulho Negro”

Na semana em que é comemorado o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a secretaria de Cultura de Maricá promove mais uma ação do evento “Cultura Afro-brasileira, Orgulho Negro”, iniciativa de valorização da cultura africana iniciada no dia 11 deste mês. O professor de Ciências Sociais, Reinaldo Silva, graduado pela PUC-Rio, apresenta a palestra “Afro-cidadanização: ações afirmativas e trajetórias de vida no Rio de Janeiro”, histórias de jovens negros pobres que ingressaram nas faculdades e no mercado de trabalho. A palestra é gratuita e acontece às 19h, na Casa de Cultura (Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, Centro).

O tema da palestra tem o mesmo nome do livro, lançado pelo professor em abril deste ano, e que aborda a ascensão de negros na sociedade brasileira por meio do ingresso na universidade. O livro é resultado de quatro anos de pesquisa desenvolvida pelo professor no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUC-Rio e traz a atual realidade profissional de 14 entrevistados, formados em diversas áreas. “A obra revela o potencial transformador das ações afirmativas, mostrando que o acesso ao ensino superior e a passagem pela universidade ampliam de fato os direitos de cidadania da população negra brasileira”, destaca Reinaldo Silva.

O autor apresenta a trajetória de vida dos universitários provenientes dos pré-vestibulares comunitários e populares em rede, que foram beneficiados com as ações afirmativas da PUC-Rio, como as bolsas de estudo. “Vou apresentar em Maricá a discussão sobre o racismo no mercado de trabalho, uma vez superada a histórica barreira da formação acadêmica pelos negros brasileiros. Também irei falar sobre as cotas raciais, forma de ingresso nas faculdades públicas”, pontua o professor.

O evento “Cultura Afro-brasileira, Orgulho Negro” é organizado pela secretaria municipal de Cultura e inclui uma programação com palestras, exposição de quadros, exibição de filmes e realização de shows de valorização da cultura africana. As atividades são gratuitas e acontecem até o dia 29 deste mês.

Homenagem aos orixás

Desta segunda-feira (18) até o fim de novembro, as palmeiras da Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, no Centro, estarão vestidas com roupas que representam os orixás, deuses africanos da religião candomblé. Segundo o coordenador da mostra Walter Ramos, da secretaria municipal de Cultura, cada árvore foi vestida com as cores dos orixás. “A partir da ideia do Jonas Liminha, superintendente da secretaria municipal de Assuntos Religiosos, criamos esta exposição”, conta Walter. Cada árvore representa um dos oito orixás: Oxalá (branco), Ogum (azul e branco), Oxóssi (verde, azul claro e amarelo), Xangô (vermelho escuro), Oxum (amarelo), Iansã (vermelho), Iemanjá (azul claro) e Nanã (lilás).

Confira a programação do evento “Cultura Afro-brasileira, Orgulho Negro”:

– De 11 a 24/11 – Exposição de quadros “O negro na visão da arte” – Casa de Cultura – Mostra dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Domicio da Gama com coordenação do professor de Artes Perceu Silva;

– Quarta-feira (20/11) – 19h – Casa de Cultura – Exibição do documentário “Rainha Quelé” no Cineclube Henfil;

– Quinta-feira (21/11) – 19h – Casa de Cultura – Palestra “Escravidão urbana no Rio de Janeiro nos séculos XVIII e XIX”, do cineasta Wavá de Carvalho autor do documentário “Cais do Valongo, sangra da terra”;

– Quarta-feira (27/11) – 19h – Casa de Cultura – Exibição do documentário “Negação do Brasil” no Cineclube Henfil;

– Sexta-feira (29/11) – 19h – Casa de Cultura – Cantora Maytê Corrêa apresenta o espetáculo “Clara Evidência” com os sucessos de Clara Nunes no Sala Cult;