Direitos Humanos realiza palestra sobre sexualidade na Casa da Cultura de Maricá

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A Secretaria de Direitos Humanos realizou ontem (20/08), na Casa de Cultura de Maricá, a palestra “A História do Movimento Lésbico”, ministrada pela professora Neuza das Dores Pereira, presidente da ONG Coisas de Mulher.

O evento, organizado pela subsecretaria de Políticas da Sexualidade, foi o segundo realizado na cidade em comemoração ao Mês da Visibilidade Lésbica. O encontro foi comandado pelo subsecretário Carlos Alves. Na mesa diretora, o secretário de Direitos Humanos, Miguel Moraes, a palestrante, e a superintendente Márcia Marçal.

Neusa apresentou ao público um panorama sobre a história do movimento lésbico no Brasil e no mundo e abordou temas ligados aos direitos humanos e questões como identidade sexual e direito de gênero. "A instituição do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi um fato marcante para o desdobramento de lutas pelo direito das mulheres lésbicas no Brasil", apontou a palestrante.

Neusa também resumiu a realidade incontestável do preconceito que as lésbicas sofrem no país. “A mulher lésbica é a mais agredida entre todos os gêneros e identidades sexuais. Se for pobre e negra, o preconceito e a discriminação aumentam, destacou. “Sou lésbica, negra e fui criada em uma comunidade pobre. Hoje, assumo minha identidade naturalmente. Sou avó e meu papel na sociedade vai além de minhas escolhas sexuais”, defendeu Neusa. “É preciso haver respeito pelo ser humano”, completou.

O secretário Miguel Moraes parabenizou a professora Neuza pelo brilhantismo da palestra e colocou a Secretaria à disposição para futuros eventos. Já o subsecretário Carlos Alves lembrou a importância de apoiar o Projeto de Lei (PL) 122, que criminaliza a homofobia. Foram feitas perguntas e levantadas questões sobre identidade sexual e o movimento LGBT. Segundo o superintendente Swell Castilhos, a Parada Gay foi um avanço no movimento LGBT. “As próximas serão em São Gonçalo no dia 25 de agosto, Niterói no dia 06 de outubro e Itaipuaçu, em Maricá, dia 27 do mesmo mês”, informou Carlos Alves.

História

O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi adotado no Brasil em 1996, durante o primeiro SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas, no Rio de Janeiro. Naquela ocasião, reuniram-se pela primeira vez mais de 100 lésbicas e mulheres bissexuais para discutir e rever seus direitos e conceitos. Em 2003, no V SENALE, realizado em São Paulo, as lésbicas decidiram realizar atividades simultâneas em todo o país, em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, reivindicando políticas em prol da igualdade de direitos e cidadania plena, e atos públicos em repúdio contra todo tipo de violência contra lésbicas e mulheres bissexuais.