Exposição Portinari em Maricá relembra vida e obra de um dos maiores artistas plásticos brasileiros

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Alunos da E.M. Conego Batalha em visita a exposição “Portinari - Arte e Meio Ambiente” na Casa Digital

Quem tiver curiosidade em conhecer detalhes da vida e obra de um dos um dos maiores expoentes das artes plásticas brasileiras, o pintor Cândido Torquato Portinari (1903 – 1962), tem endereço certo: a Casa Digital de Maricá, localizada na Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, no Centro. Até o dia 07/06, o público terá acesso à exposição “Portinari – Arte e Meio Ambiente”, além de poder participar de oficinas de artes.

Lançada no último domingo, dia 26/05, aniversário do município, a exposição tem contado com visitas diárias de alunos da rede municipal de ensino, assim como de moradores da cidade. São 19 réplicas digitais de importantes telas do artista, dentre elas “Retirantes”, de 1944, e “Guerra e Paz”, ambas presenteadas à sede da ONU em Nova Iorque, em 1956, pelo governo brasileiro.

Patrocinada pela empresa Queiroz Galvão Exploração e Produção desde 2011, o projeto foi criado há mais de 35 anos pelo filho único do pintor, o professor João Cândido Portinari, com o intuito de democratizar a vasta obra do artista, que totaliza quase cinco mil obras, e colocá-la a serviço da preservação da memória cultural do país. De acordo com João Candido Portinari, mais de 95% das obras de Portinari estão inacessíveis à vista pública, pois pertencem a coleções privadas. "Sempre sonhei em disponibilizar as obras ao maior número possível de pessoas". A obra de Portinari carrega mensagens éticas e de valores humanos em prol da paz, retrata a vida, alma e o povo brasileiro. No início, há 33 anos, não havia tecnologia para isso. Hoje, novas ferramentas nos permitem colocar esse conteúdo no colo das pessoas. Batizamos esse ideal de ‘Portinari para todos’, destaca João Cândido.

Segundo a coordenadora de Núcleo Arte, Educação e Inclusão Social do Projeto Portinari, Suely Avelar, responsável pela capacitação junto aos educadores, essa exposição tem uma temática voltada para a educação ambiental, dividida em cinco módulos: “Ser Humano e o Ambiente em que Vive”; “Água Fonte de Vida”; “Recursos Minerais”; “Fauna e Flora Brasileiras”; “Guerra e Paz”. Durante a visita, o público é acompanhado pelas monitoras do projeto, Vanina Freitas e Maria Célia Avelar, que explicam detalhes sobre as telas e o artista.

Além da exposição, o projeto inclui a capacitação de educadores da rede municipal de ensino sobre a biografia do artista e a disponibilização, nas escolas, de um baú contendo diversos materiais sobre Portinari, para incentivar a prática de atividades educativas em sala de aula, disseminando o conhecimento dos jovens sobre a obra do artista. Já nas oficinas de arte, que também ocorrem na Casa Digital, os participantes podem utilizar tinta, argila e outros componentes para reproduzirem quadros de Portinari ou criarem obras próprias.

O aluno do 5º ano da Escola Municipal Conego Batalha, Jorge Lucas Barbosa, de 10 anos, visitou a exposição na tarde de terça-feira, dia 28/05,  e ficou deslumbrado com a tela “Retirantes”. “Achei muito bonita e me impressionou pela força da imagem”, destacou o aluno que aproveitou a exposição para conhecer alguns detalhes da vida de Portinari. “Já tinha ouvido falar dele, mas não tinha visto pessoalmente uma obra. Adorei”, ressaltou o aluno. A aluna Horrana Lais Menezes Silva, de 12 anos, participou da oficina de artes e soltou sua imaginação na criação do desenho e pintura da Arara Azul. “Me inspirei em Portinari e caprichei na minha criação”, disse a aluna.

Rosiane Teixeira, professora de Produção Artística da Escola Municipal Professora Dirce Marinho Gomes e uma das participantes da capacitação do projeto, considerou o curso uma excelente oportunidade para despertar novas formas de aprendizado para seus alunos. “Estou cheia de ideias. Pretendo fazer em sala de aula uma releitura dos quadros de Portinari. Esta capacitação nos possibilita ver a educação de forma saborosa”, comemora.

Antes de visitar Maricá, a pedido da secretaria de Educação, a exposição esteve na Casa de Ciência da UFRJ, no Rio de Janeiro, e em Duque de Caxias. Ainda este ano, o projeto segue para Recife, São Francisco de Itabapoana, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Paraty, Macaé e Farol de São Thomé.