Dezenas de crianças do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), unidade Centro, festejaram nesta quinta-feira (11/10) o seu dia. A antecipação da data – 12 de outubro – não diminuiu a alegria de participar das brincadeiras e de comer as guloseimas preparadas com todo o carinho pelos funcionários do CRAS. Um bolo confeitado foi servido e foram dados brindes.
As crianças e seus pais fazem parte dos Grupos de Reflexão, projeto desenvolvido pelo município, e que integra o Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), do governo federal. Os CRAS fazem parte da Secretaria Municipal de Assistência Social e Participação Popular de Maricá, como segmento avançado de plantão social, no atendimento a diversos programas federais implantados em parceria, no município.
Os Grupos de Reflexão atendem, distintamente, crianças, adolescentes, adultos, idosos e, está para ser implantado também, o Grupo de Reflexão para Gestantes. Psicólogos e assistentes sociais participam como coordenadores dos grupos, com um trabalho de orientação à família, como prevenção ao rompimento e resgate dos vínculos emocionais. As reuniões são quinzenais e as crianças geralmente pedem para ir, por conta do atendimento carinhoso dos técnicos e das brincadeiras que participam.
Desenvolvimento integral
Segundo a coordenadora geral do CRAS, psicóloga Vera Serafim, o trabalho é sócio educativo. “Não fazemos clínica, direcionamos para a boa convivência através da disciplina, limite, respeito, autoestima, enfim, conceitos e valores que a sociedade está esquecendo e que muitas das crianças não receberam, por isso a dificuldade de relacionamento em família, mau comportamento na escola, e outros”, afirma. “Pretendemos que nossas crianças sejam sujeitos de direito e pratiquem a cidadania, desde cedo. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), diz que a criança deve ser estimulada em seu desenvolvimento integral, físico, mental e emocional”, enfatiza.
Vanessa Passos, 29 anos, dona de casa, moradora na Barra de Maricá, tem três filhos: Gabriel Lima, de 9 anos, Luiz Otávio, de 5, e Gabriel Mathias, de 4. Os três estudam na E.M. João Bezerra. Vanessa chegou ao CRAS através do Conselho Tutelar. Depois da avaliação feita pelos técnicos do setor, seus três filhos começaram a frequentar o Grupo de Reflexão, porém ficaram por pouco tempo, pois os problemas foram sanados. Os orientadores chegaram à conclusão de que Vanessa é que precisaria participar. “Cheguei à depressão por não conseguir estabilizar o relacionamento em casa. O mundo está muito bagunçado e você tem que orientar seus filhos. Quando não encontra os canais de ajuda, a gente enlouquece. Hoje, graças a Deus e ao CRAS, as coisas estão entrando nos eixos”, declarou.
Luciene Araújo da Cruz, 30 anos, dona de casa, moradora do bairro de Pindobas, tem três filhos, Rian, de 10 anos, Lorran, de 7, e Lorraine, de 2. Os mais velhos estudam na E.M. Antônio Lopes, no Jardim Nova Metrópole. Rian, mais levado e hiperativo, é repetente na escola e tinha ciúmes de Lorran, por este estar mais adiantado no estudo. “O psicólogo me falou que a briga era principalmente por isso. Hoje, os dois estão mais amigos e brincam juntos, o que me tranquiliza e dá mais tempo para cuidar da pequena”, diz Luciene.
Perguntados sobre a ida ao CRAS, Rian e Lorran, disseram que não faltam às reuniões e atribuíram a presença aos “tios” Ingrid e Emerson – os psicólogos Ingrid Guimarães e Emerson Vasconcelos, do Grupo de Reflexão para Crianças. "Aqui, a gente brinca e aprende”, completaram.
