Casa de Cultura abre exposição sobre os 428 anos de Maricá

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A historiadora Maria Penha (preto) e a curadora Renata Gama (azul) apresentam o trabalho sobre os 428 anos da cidade

Você sabe como surgiu o nome do seu bairro? Quais são as espécies da fauna e flora da cidade? Essas e outras curiosidades estão na mostra “Dos Passos de Anchieta, Apóstolo do Brasil, à Nova Maricá”, na Casa de Cultura, no Centro. A exposição – com fotos, mapas e textos dos 428 anos de história de Maricá – foi lançada nesta quinta-feira (24/05) e ficará aberta até 23 de junho. A entrada é gratuita.

O evento faz parte das comemorações dos 198 anos de emancipação politico-administrativa da cidade, que é celebrado no dia 26 de maio. A exposição é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura, sob o comando do escritor e pesquisador Ricardo Cravo Albin, e a Secretaria Municipal de Ambiente e Urbanismo, dirigida por Celso Cabral.

A mostra foi organizada pela curadora e arquiteta Renata Gama, com apoio da historiadora Maria Penha de Andrade e Silva (que há mais de 30 anos pesquisa as origens da cidade). Segundo a curadora, a pesquisa permitiu contextualizar a história da cidade com os acontecimentos do Brasil. “Essa exposição exigiu um intenso trabalho de consulta aos acervos do Mosteiro de São Bento, IBGE e das Bibliotecas Nacional e do Estado”, destaca Renata, que também teve o apoio do professor Paulo Sérgio Gonçalves.

Viagem no tempo

O público irá fazer uma viagem no tempo que começa em 1584 com a chegada do padre José de Anchieta até os dias atuais com fotos de obras importantes como o Mercado das Artes, o Terminal Rodoviário de Itaipuaçu e o Centro Popular de Cultura Henfil, em construção no prédio onde funcionava o Detran.

São 14 banners com imagens antigas do município, como a dos escravos na Fazenda da Serrinha (hoje bairro Manoel Ribeiro), em 1894; do primeiro calçamento da cidade na Rua Ribeiro de Almeida, no Centro, na década de 40; e do casamento do ex-vereador Francisco Sabino da Costa, que dá nome a uma via principal na região central da cidade.

Logo na entrada da Casa de Cultura, os visitantes irão conhecer a vista panorâmica do Centro, de 1889, quando Maricá foi elevada a categoria de cidade por Francisco Portela, presidente da Província do Rio de Janeiro. Na imagem, a lagoa de Araçatiba chegava até ao terreno da Igreja Nossa Senhora do Amparo.

Curiosidades

Aliás, você sabe o motivo de vários pontos da cidade levarem o nome de Nossa Senhora do Amparo? A historiadora Maria Penha de Andrade e Silva explica esta curiosidade: “os colonos portugueses quando vieram para Maricá no século XVI pediam proteção à santa protetora dos navegantes. Mais tarde, eles construíram a igreja e deram o nome de Nossa Senhora do Amparo”, conta Maria Penha.

Na exposição, o público também irá conhecer o nome dos bairros, a maioria de origem indígena. Guaratiba, por exemplo, vem da fauna maricaense. Guara é por causa da ave guará-vermelho, espécie muito encontrada na região, e tiba, segundo linguagem dos índios, significa abundancia. Logo, guaras em abundancia se transformou em Guaratiba.

“Itaipuaçu quer dizer pedra grande onde arrebenta a água. Já as Ilhas de Maricá, localizadas em uma área de 40 mil metros quadrados, em Itaipuaçu, vem da palavra Ita Imbé, ou seja, pedra perigosa”, esclarece a historiadora.

Fotos com espécies nativas do município como garça de bico amarelo, maçarico de coleira, marreco, maguari (ave já extinta), frango d’água, gaivota, coruja e bem-te-vi, além do ypê (amarelo e roxo) e das bromélias também estão na exposição.

A mostra “Dos Passos de Anchieta, Apóstolo do Brasil, à Nova Maricá” ficará aberto ao público, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos, das 13h às 17h. A Casa de Cultura fica na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro.